domingo, 6 de fevereiro de 2011

De que samba você bebe? Primeiras impressões

    

    

Coletivo (Des)Esperar na 7ª Bienal da UNE

Para a Mostra CUCA da 7ª Bienal de Cultura e Arte da União Nacional dos Estudantes, ocorrida entre 18 e 22 de janeiro de 2011 na cidade do Rio de Janeiro, projetamos uma trepadeira de papel com frutos a serem colhidos, e dentro destes, um convite à participação no trabalho, respondendo, através de uma fotografia enviada por e-mail, a questão “De que samba você bebe?”


 
Entre os elementos estéticos pesquisados pelo coletivo, as formas vegetais oriundas da pesquisa individual em desenho e cerâmica de Tamiris se fazem presente nos trabalhos através da criação em papel pardo ou mesmo da apropriação de trepadeiras e cipós, numa contaminação dos ambientes onde trabalhamos. Num desses ambientes criou-se o Café com Monstros, que associava seres de formas grotescas (da pesquisa escultórica de Fábio) ao luxo do ambiente dos cafés (no caso em contraste com a estética de ruínas presente na gravura de Francieli). Deste café originou-se uma forte relação com a figura da xícara, predominante em trabalhos de 2010 como Santa Maria da Boca da Xícara (Bienal do Esquisito) e Aquilo que se bebe em xícara translúcida (Macondo Circus).

Esta proposta se assemelha ao segundo trabalho do coletivo, Cottiporaneus catacumbarium, realizado em 2009 na boate Catacumba (DCE-UFSM), também formado por trepadeiras, mas tendo dentro dos frutos reproduções de desenhos nossos, o que encerrava o trabalho nesta distribuição. Também a planta não tinha uma raiz definida, nem uma boa área de abrangência, sendo ofuscada pelas outras atividades ocorridas no evento em questão. Para a Bienal da UNE, utilizamos como fonte da trepadeira a xícara translúcida da intervenção anterior, feita de tubos de pvc e um plástico transparente.

  

Tendo como referência os conceitos de contaminação e de arte relacional, pretendemos que este trabalho não tenha terminado junto ao evento, mas que continue gerando frutos, fazendo crescer uma planta composta de diversidade e persistência, de uma união que não amarra, mas produz sementes, que por sua vez, geram novos frutos. A participação do público já foi iniciada na coleta destes, agora esperamos o retorno fotográfico solicitado, a fim de que a planta cresça em novas direções e dimensões.

Algo que buscamos com esse trabalho é a criação de um caldeirão imagético que percorra os diferentes significados do samba, tanto na música que incorpora elementos bahianos, cariocas, paulistas, quanto na mistura de cachaça ou vodka com refrigerante, quanto as possíveis respostas a virem de quatro cantos da América Latina, assim como de artistas presentes no evento que receberam o fruto pessoalmente, como Martinho da Vila, Cacá Diegues e Carlos Lyra.


 



Abaixo, a notícia no caderno Plus do jornal O Correio, de Cachoeira do Sul
(meio deslocado no contexto, mas é o espaço que se consegue com a mídia...):



Outros Plus disponíveis em http://symptomamundi.blogspot.com/p/plus.html