Relato por Tamiris Vaz
Não é uma intervenção do (Des)Esperar, mas vale o relato, ja que alguns dos integrantes fizeram parte dela.
Diferença, autobiografia, lugar, rizoma, enunciado... alguns conceitos que nos instigaram a buscar uma forma de compartilhar pensamentos, ideias, indagações, ações. Degustar conceitos como quem experimenta o mesmo doce favorito, mas que a cada mordida se vê envolvido por algo novo, por uma insaciedade que só aumenta.
Bolachinhas com desenhos de Tamiris Vaz |
Bolachinhas com desenhos de Fábio Purper Machado |
Bolachinhas de Francieli Garlet |
Bolachinhas de Simone Rosa |
Bolachinhas de Vivien Cardonetti |
Degustar não é como realizar uma refeição completa, onde nos sentimos satisfeitos e por vezes até mais do que saciados. Degustar é experimentar algo que nos deixe com gosto de ‘quero mais’, com a angústia de algo que não se faz por completo e por isso trazendo a vontade de provar outros sabores.
Degust[ação] como a ação de degustar conceitos, de inquietar para a ação.
Muitas interrogações espalhadas pelo chão, pela mesa, pelas estantes e módulos e outra grande em nossos pensamentos: Será que haverá participação? Essa é sempre um perigo que se corre quando proposto um trabalho artístico que pede do público mais que contemplação. Ele tem o direito de não se interessar e não participar.
No caso dessa intervenção, havia um incentivo para que houvesse essa participação, aliás, pelo menos 320 motivos, produzidos um a um, por nossas mãos, mentes e interrogações de artistas/pesquisadores. Bolachinhas de madeira, coloridas, que traziam imagens e conceitos para servirem de dispositivos para a invenção de outros, sempre como questionamento, nunca como resposta acabada.
Na tarde de sábado (9 de julho), a partir das 15 horas, começamos a convidar cada pessoa que parava e olhava o trabalho, para que fizesse sua participação. Ela escolheria uma de nossas bolachinhas de conceitos e, em troca, deixaria um outro questionamento no lugar.
Algumas das perguntas do público |
As interrogações de nossas mentes transformaram-se em largos sorrisos: Sim, houve participação. Algumas participações apressadas, uma pergunta qualquer em troca da primeira bolachinha avistada, sem muito interesse a não ser o de levar um brinde para casa. Outras participações demoradas, pessoas que dedicaram um tempo considerável de sua tarde de lazer para ler calmamente quase todas as perguntas antes de decidir-se por uma. Alguns tentando levar mais de uma, outros saindo e retornando com amigos, outros também se negando a participar. Houve crianças interessadas junto a pais apressados e também pais interessados junto a crianças impacientes. Pessoas que vinham em grupos e outras que vinham sozinhas. Pequenos, adultos e velhos.
Foi muito bom perceber que pessoas dedicaram um pouco do seu tempo para experimentar algo inusitado surgido em seus caminhos, deixaram sua marca anônima em troca da nossa.
muito legal. gosto muito das intervesões de vcs. um dia quero conhecer o coletivo.
ResponderExcluirabçs